Título Original: Letters to Paul Morrissey
Diretores: Armand Rovira & Saida Benzal
Ano: 2018
País de Origem: Espanha
Duração: 78min
Nota: 8
Sinopse: A narrativa é composta pelas histórias de diferentes personagens: um símbolo sexual do cinema underground, dois amantes amaldiçoados, um homem que busca salvação, uma atriz malsucedida e uma japonesa com uma misteriosa doença. embora diversas, todas essas histórias têm algo em comum, o cineasta Paul Morrissey.
Comentário: Fazia tempo que eu não via um filme com uma pegada assim no cinema, teve momentos que me lembrou o começo da carreira de David Lynch, mas com uma pegada autoral, sem ser uma cópia. O filme brinca entre ficção e realidade, já que os personagens parecem reais, mas em sua maioria não são. Tirando a pequena participação de Joe Dallesandro, todos os outros personagens não existiram na vida de Paul Morrissey, mas acabam brincando com a realidade, já que não tem como não ligar a personagem de Olena Wood com a Nico e tantas outras da Factory de Andy Warhol. Seria o escritor Udo Strauss uma contraparte de Ronald Tavel? Nada disso vem ao caso, tudo é muito metafórico, não é um filme para racionalizar em sua totalidade, é um filme mais para "sentir" emoções e sensações, do jeitinho que o Lynch gosta. A direção de Armand Rovira é detalhista e perfeita e isso vale demais o filme, as imagens em preto e branco mais as divisões de imagens sem simetria mostrando versões da mesma cena dão um toque único ao filme, na sequência da quarta carta há algumas cenas dirigidas por Saida Benzal (por isso ela também é creditada como diretora). As imagens prendem o espectador até o final dos créditos em um caleidoscópio de referências sessentistas. Apesar do filme ser uma produção espanhola, ele é falado em várias línguas diferentes.
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