segunda-feira, 27 de novembro de 2023

CÉU VERMELHO

Título Original: Roter Himmel
Diretor: Christian Petzold
Ano: 2023
País de Origem: Alemanha
Duração: 102min
Nota: 10

Sinopse: Uma casa de férias junto ao mar Báltico. Os dias estão quentes e não chove há semanas. Quatro jovens se reúnem, velhos e novos amigos. À medida que as florestas secas ao redor deles começam a pegar fogo, o mesmo acontece com suas emoções.
 
Comentário: Vencedor do Grande Prêmio do Juri no Festival de Berlim. Estreando os filmes de 2023 aqui no blog com provavelmente o melhor filme do ano. Petzold consegue fazer outra obra prima que me despedaçou completamente, poucos diretores conseguem mexer tanto comigo quanto este. A premissa é a das mais simples possíveis, mas como tudo é orquestrado, como os personagens são construídos e a sucessão de fatos vai levando ao desfecho avassalador é coisa de gênio. É o tipo de história que me encanta, o tipo de coisa que eu procuro conseguir escrever um dia como escritor. O título em inglês é ridículo, "Céu Vermelho" como no original faz muito mais sentido. Que elenco! Que direção! Que filmaço!

sábado, 25 de novembro de 2023

CAROS CAMARADAS - TRABALHADORES EM LUTA

Título Original: Dorogie Tovarishchi
Diretor: Andrey Konchalovskiy
Ano: 2020
País de Origem: Rússia
Duração: 120min
Nota: 8

Sinopse: Quando o governo comunista aumentou os preços dos alimentos em 1962, os trabalhadores de uma fábrica na cidade russa de Novocherkassk entram em greve. O massacre que se segue é visto pelos olhos de uma devota ativista do partido.
 
Comentário: Vencedor do Prêmio Especial do Juri no Festival de Veneza. Yuliya Vysotskaya se entrega demais como a personagem principal, acho que pertence a ela o maior mérito no que funciona no filme. O diretor até tenta manter uma certa neutralidade, mas não funciona no filme todo, há momentos que parece panfletagem ocidental (vale lembrar que Konchalovskiy era um exilado trabalhando para Hollywood onde fez até o Tango e Cash), mas isso não ocorre na maior parte do filme. A história flui muito bem e o reflexo de uma Rússia de Stalin contraposta de uma Rússia de Khrushchev é a melhor parte da história. Entender (mesmo eu sendo marxista e extremamente opositor a Stalin) como a figura dele era importante para o país e como muita coisa foi se esfacelando depois de sua morte, é poético demais.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

ANTES DA CHUVA

Título Original: Pred Dozhdot
Diretor: Milcho Manchevski
Ano: 1994
País de Origem: Macedônia
Duração: 113min
Nota: 10

Sinopse: Uma Macedônia dilacerada pela guerra serve como pano de fundo para três narrativas: 'Palavras', na qual monge se apaixona por garota refugiada; 'Rostos', em que fotógrafa se vê dividida entre marido e amante; e 'Imagens', que mostra o retorno do premiado fotógrafo Aleksander à sua nativa Macedônia.
 
Comentário: O filme saiu do Festival de Veneza levando nada menos que 12 prêmios, incluindo o Leão de Ouro e Melhor Ator para Rade Serbedzija. Um dos filmes que mais me marcaram na minha adolescência e que fazia umas duas décadas que não revisitava. Grata surpresa ver que ele não envelheceu mal, e triste surpresa constatar que ele continua tão atual. A fórmula usada para contar histórias que se interligam separadas em diferentes capítulos, mudando seus protagonistas e usando o tempo como personagem principal de todo o filme é de uma genialidade incrível, principalmente se pensarmos que "o tempo nunca morre e o ciclo nunca se completa". Não importa quanto tempo passe, parece que a humanidade continua e continuará sempre dentro deste ciclo sem fim de barbárie. Elenco maravilhoso e confesso que Labina Mitevska era a minha crush quando moleque... e no fim acabei me envolvendo com uma garota da Macedônia em Dublin que não acreditou quando disse que amava este filme. Filme dos mais obrigatórios deste blog. Continua entre meus favoritos.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

NARDJES A.

Título Original: Nardjes A.
Diretor: Karim Aïnouz
Ano: 2021
País de Origem: Argélia
Duração: 81min
Nota: 7

Sinopse: Acompanhando a ativista Nardjes com a sua câmara, Karim Aïnouz capta a fotografia de uma jovem que sai com confiança para as ruas por um futuro democrático para a Argélia, o país por cuja independência os seus pais e avós lutaram.
 
Comentário: Filmado todo com um celular durante uma das manifestações do Hirak que tomaram as ruas da Argélia de 2019 até 2000 todas as sextas-feiras. É muito impressionante comparar as manifestações da Argélia com as Jornadas de Junho de 2013 no Brasil, pois fica mais que provado que todo levante popular sem um projeto político está fadado ao fracasso, protestar contra o status quo imposto sem apresentar uma via de solução só ajuda a extrema direita a se fortalecer. Este ano de 2023, em setembro, um especialista de direitos humanos da ONU pressionou o país a perdoar manifestantes condenados durante o Hirak, por mais que o primeiro ministro tenha renunciado em 2 de abril de 2019 (a manifestação do filme ocorre no dia 8 de março de 2019), o atual presidente era um ministro do governo anterior e o país continua tomado pelos militares. Nenhuma mudança veio com o Hirak, talvez tenha ficado até pior, portanto essencial fazermos uma analise. O filme podia focar um pouco mais na Argélia do que ficar só na manifestação por tanto tempo, tem uma tia gritando que lembra uma bolsonarista brasileira. O diretor, apesar de brasileiro, é descendente argelino por parte de pai e durante esse período na Argélia, além deste filme, fez o excelente Marinheiro das Montanhas.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

CRIANÇAS DO SOL

Título Original: Khorshid
Diretor: Majid Majidi
Ano: 2020
País de Origem: Irã
Duração: 98min
Nota: 7

Sinopse: Ali e seus três amigos trabalham duro para sobreviver e sustentar suas famílias. Em uma reviravolta que parece milagrosa, Ali é encarregado de encontrar um tesouro escondido.
 
Comentário: Indicado ao Leão de Ouro e vencedor de dois prêmios em premiações paralelas no Festival de Veneza. Acho que há muito no filme que funciona muito bem, principalmente no que tange a escola onde a maior parte da ação se passa. O diretor abre mão de se aprofundar nos garotos coadjuvantes e os descarta muito facilmente para se aprofundar em um melodrama desnecessário. Poderia ter trabalhado mais as relações e menos a busca incessante pelo tesouro. Não vejo problema em usar uma narrativa mais comercial, típica do cinema ocidental, afinal de contas funcionou muito bem em O Carcereiro, mas talvez aqui não funciona tão bem. Mas vale bastante a assistida, há mais acertos do que erros, não quero parecer tão crítico ao filme. Elenco está excelente e a narrativa prende bem o telespectador.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

DIRIJA MEU CARRO

Título Original: Doraibu Mai Kâ
Diretor: Ryûsuke Hamaguchi
Ano: 2021
País de Origem: Japão
Duração: 179min
Nota: 8

Sinopse: Um renomado ator e diretor de teatro tem que aprender a lidar com uma grande perda pessoal, quando recebe uma oferta para dirigir uma produção teatral de Tchécov em Hiroshima.
 
Comentário: Vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro e da Federação Internacional de Críticos de Cinema no Festival de Cannes. O filme é muito bem construído, há uma certa meticulosidade em todos os cantos onde o diretor mostra toda sua capacidade técnica e narrativa. Os atores também dão um show, a coadjuvante muda é a cereja no bolo de todo o elenco. Apesar da duração extensa, o filme passa relativamente bem rápido e emociona, mas nem tudo são flores. Há uma mensagem que ficou entalada na minha garganta, com um gosto bem amargo, me pareceu que há uma certa romantização e até uma certa passada de pano para relacionamentos tóxicos (me machuca, mas me ama) que me deixou com o pé atrás. Faz a gente pensar bastante na cultura japonesa que é permeada de machismos, sexismos e misoginia, daí parece que o filme coloca uma mulher no papel típico de homem e tenta achar tudo bonito. Preferi o Roda do Destino.

domingo, 12 de novembro de 2023

AMONITA

Título Original: Ammonite
Diretor: Francis Lee
Ano: 2020
País de Origem: Inglaterra
Duração: 117min
Nota: 7

Sinopse: Na Inglaterra de 1840, a aclamada, mas ignorada caçadora de fósseis, Mary Anning e uma jovem enviada para convalescer à beira do mar desenvolvem um relacionamento intenso, que altera suas vidas para sempre..
 
Comentário: Um dos filmes selecionados para a Palma de Ouro no Festival de Cannes no ano em que não ocorreu devido a pandemia. O filme é bom, achei a entrega das atrizes as personagens bem intenso, o diretor também é competente na parte técnica e o desfecho da cena final é arrebatador. Estive no Museu de História Natural em Londres em março deste ano de 2023, apesar de morar na Inglaterra fui para Londres pouquíssimas vezes, estando lá me indignei com o destrato dado ao Alfred Russel Wallace, mas me chamou a atenção um mural contando toda a história de Mary Anning (que não conhecia) e pesquisei sobre ela na época. Meu espanto ao ir assistir esse filme sem saber nada a respeito e ver que era sobre esta escavadora de fósseis, porém o filme me causou certa indignação. Explico. Não tenho problema nenhum do diretor ter inventado fatos para contar uma história, acho até legal isso, mas me incomoda quando uma pessoa real é retratado com uma personalidade completamente diferente: Anning não era uma pessoa reclusa e retraída, muito pelo contrário, era atuante em sua comunidade e rodeada de pessoas no âmbito social. Acho que mudar quem uma pessoa foi um certo desrespeito, por isso perdeu um pouco de nota.

sábado, 11 de novembro de 2023

COMPARTIMENTO Nº6

Título Original: Hytti Nro 6
Diretor: Juho Kuosmanen
Ano: 2021
País de Origem: Finlândia
Duração: 108min
Nota: 8

Sinopse: Enquanto um trem segue seu caminho até o círculo ártico, dois estranhos compartilham uma jornada que mudará suas maneiras de encarar a vida.
 
Comentário: Vencedor do Grand Prix no Festival de Cannes. Um filme bem gostoso de assistir, você vai se envolvendo na relação que vai sendo construída, o personagem Ljoha permanece um enigma em vários aspectos, você quer desvendá-lo e não consegue. Grande acerto do diretor. A personagem principal também tem seu carisma que funciona muito bem. O filme se passar aparentemente no final dos anos 90 (com certeza de 1997 para depois) também foi outra escolha acertada, existe toda uma áurea de nostalgia para pessoas como eu que viveram e sentem saudades de um mundo mais analógico sem a febre do celular. O final é ótimo, as pontas soltas são ótimas, a experiência que fica do filme também é ótima. Enfim, um filme que eu indicaria para todo mundo, mesmo sabendo que tem uns que torceram o nariz. Apesar do filme se passar todo na Rússia, é uma produção finlandesa, inclusive foi a escolha do país para competir no Oscar.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

SUOR

Título Original: Sweat
Diretor: Magnus von Horn
Ano: 2020
País de Origem: Polônia
Duração: 106min
Nota: 8

Sinopse: Três dias na vida da motivadora do fitness Sylwia Zajac, cuja presença nas mídias sociais a tornou uma celebridade. Embora ela tenha centenas de milhares de seguidores, seja cercada por funcionários leais e admirada por conhecidos, o que ela realmente procura é a verdadeira intimidade.
 
Comentário: Mais um dos filmes que foram selecionados para a Palma de Ouro no Festival de Cannes que não ocorreu por conta da pandemia. O filme é muito bom, levanta várias questões interessantes e a maneira como tudo é mostrado também acaba dando uma carga para o filme que poderia muito bem ter ido por um caminho mais fácil. A relação entre a personagem e sua mãe tem várias camadas, o machismo e a misoginia transbordam e a falsidade da vida através de um celular acaba sendo o principal. A atriz está ótima no papel, merecedora de um prêmio de melhor atriz em Cannes caso o festival tivesse sido realizado. Um filme que parece raso se você assistir sem prestar atenção, mas muito profundo. Para uma discussão mais apurada seria necessário spoilers.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

GAZA

Título Original: Gaza
Diretores: Garry Keane & Andrew McConnell
Ano: 2019
País de Origem: Palestina
Duração: 91min
Nota: 9

Sinopse: Um belo retrato dos cidadãos de Gaza, levando vidas significativas além dos escombros de conflitos perenes.
 
Comentário: Indicado para melhor documentário do Festival de Sundance. Avassalador é a melhor palavra para descrever o sentimento de ver essas vidas passando pela nossa tela, tentar entender como é que é possível a humanidade chegar nesse ponto. Mesmo tendo cenas nitidamente ensaiadas (como quando o taxista vai comprar um café, por exemplo) a essência do que realmente importa está ali e não é nem um pouco parte de um script. O comércio local destruído pela falta de energia elétrica, a dificuldade de acesso a água e a condições dignas de sobrevivência. Há quem possa apontar o dedo para o sujeito pobre com 3 esposas e 40 filhos, mas é as mazelas da pobreza não tão diferente do Brasil. As cenas com o enfermeiro e os relatos dele são os melhores e achei os mais autênticos. Um filme necessário neste momento de genocídio que vivemos. Fico pensando quais personagens conseguiram permanecer vivos depois desse cerco de Israel. PS: cadastrei o filme como palestino, apesar de ser uma produção irlandesa, porque não achei que faria sentido um filme cadastrado aqui como irlandês que se passa inteiro em Gaza.

domingo, 5 de novembro de 2023

TRIBUTO AOS PROFESSORES

Título Original: Bozorgdasht-e mo'Allem Ra
Diretor: Abbas Kiarostami
Ano: 1977
País de Origem: Irã
Duração: 17min
Nota: 6

Sinopse: Neste breve curta do início da carreira de Kiarostami, ele entrevistou professores no Irã para prestar homenagem ao papel da educação na sociedade daquele país.
 
Comentário: Interessante o curta, e triste ao mesmo tempo. É possível ver as raízes conservadoras religiosas intrincadas na educação, assim como ocorre no Brasil hoje, e mostra muito bem alguns pontos importantes do cenário em que ocorreu a ascensão da República Islâmica naquele país com a Revolução de 79, apenas dois anos depois deste filme e que perdura até hoje. Também é possível comparar como a educação é colocada de escanteio em países de terceiro mundo, com má remuneração e a velha história de "ser professor é uma profissão honrada, não para ganhar dinheiro". Como é bom hoje conseguir ler farsi, a grafia do título original está toda errada no IMDB quanto no Filmow (faltando o "Ra" no final que quase não altera o significado).

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

JOYLAND

Título Original: Joyland
Diretor: Saim Sadiq
Ano: 2022
País de Origem: Paquistão
Duração: 127min
Nota: 10

Sinopse: O filho caçula de uma tradicional família paquistanesa consegue um emprego como dançarino de apoio em um burlesco à la Bollywood e rapidamente se apaixona pela obstinada mulher trans que comanda o show.
 
Comentário: Vencedor do Prêmio do Juri da competição Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Por mim podia ter dado a Palma de Ouro fácil para este aqui, confesso que o começo do filme não me prendeu muito, é o desenrolar e o desfecho que despedaça a gente por dentro que faz o filme ter a força que tem. Definitivamente não é um filme sobre um romance queer, é um filme sobre responsabilidade emocional (fator tão em falta na sociedade de hoje), como afetamos as pessoas a nossa volta, como as conexões se estendem entre as pessoas e a fronteira entre o egoísmo, responsabilidade e tantas outras coisas que fazem parte de pessoas e relacionamentos. Um filme complexo, que diz tanta coisa com uma história até que simples, o final martela na cabeça por muito tempo. Sarwat Gilani (a cunhada) é linda demais e dá um show. Ali Junejo e Alina Khan (o casal principal) dão um verdadeiro show, funcionam como tinham que funcionar, mas é Rasti Farooq (como Mumtaz) que rouba o filme inteiro. Diria que em um ano que teve muito, mas muito filme foda mesmo, este aqui talvez seja o melhor. (2022 foi uma surpresa de tanto filme bom).

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

NILSON, FILHO DO CAMPEÃO

Título Original: Nilson, Filho do Campeão
Diretor: Diego Tafarel
Ano: 2021
País de Origem: Brasil
Duração: 16min
Nota: 6

Sinopse:

A vida animal em tempos de trabalhos e afetos precarizados.

 
Comentário: É um curta metragem onde tem muita coisa que funciona e muita coisa que não. Achei o personagem meio creepy, o ator está muito bem no papel. A situação da festa de aniversário é muito boa, mesmo não fazendo o menor sentido um cara fantasiado de bichinho ir animar uma festa de um marmanjo (só faz sentido se o amigo dele for o maior filho da puta da história), mas todo o clímax do que poderia acontecer depois não acontece ou não é desenvolvido na história. A própria situação do personagem, quem é que vive em uma casa tipo a dele sozinho vestido de bicho fazendo propaganda na rua? Este tipo de trabalho é bico de quem faz outra coisa, eu já fiz e tive uma namorada que fazia (é triste demais). Acho que faltou um pé no realismo das condições de muita coisa, mas não é ruim de assistir por isso, cumpre o papel de maneira satisfatória, mas poderia ter sido bem melhor. Não entendi nada o título.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

ESTE É O MEU DESEJO

Título Original: Eyimofe
Diretores: Arie Esiri & Chuko Esiri
Ano: 2020
País de Origem: Nigéria
Duração: 116min
Nota: 7

Sinopse: Em Lagos, Nigéria, a tragédia e o destino intervêm quando duas pessoas tentam melhorar a vida de suas famílias.
 
Comentário: Indicado em uma seleção paralela no Festival de Berlim. O título original é uma palavra em iorubá que significa um indivíduo atencioso e amoroso que coloca a necessidade dos outros antes da sua, portanto o título nacional que acabou sendo traduzido direto do título em inglês acaba não tendo o mesmo sentido. A estreia dos irmãos gêmeos é bastante competente e fico no aguardo para futuros filmes deles, o elenco também dão um show. Me espanta um pouco a passividade do povo nigeriano, por mais que eles estejam na merda eles não perdem o controle, não se revoltam, não gritam, não explodem... e isso é um aspecto cultural que pude perceber nos últimos anos, trabalho com vários e dois deles são relativamente bem próximos de mim, sempre me espanto com isso e neste filme pude ver muito disso. Uma triste realidade que chega a ser até um pouco indigesta de assistir. Temiloluwa Ami-Williams que interpreta Rosa está deslumbrante.