sábado, 21 de setembro de 2019

ROTA IRLANDESA

Título Original: Route Irish
Diretor: Ken Loach
Ano: 2010
País de Origem: Inglaterra
Duração: 108min
Nota:  8

Sinopse: Após se aposentar das forças especiais do Reino Unido em 2004, Fergus vai trabalhar em uma firma de segurança privada no Iraque, uma das atividades mais lucrativas do mundo. Ele convence seu amigo de infância Frankie, ex paraquedista, a entrar com ele no negócio. De volta à sua cidade, Liverpool, recebe a notícia de que Frankie morreu na Rota Irlandesa, estrada iraquiana considerada a mais perigosa do mundo. Ao lado da mulher do amigo, Rachel, Fergus investiga o ocorrido, descobrindo verdades que desafiam a memória dos dias felizes que passaram juntos.

Comentário: Mais um dos filmes denúncias do Loach, onde podemos entender como funciona grandes companhias que lucram com guerras e países destruídos com ela. Onde a ganância vale muito mais do que vidas humanas e os poderosos são quase sempre homens intocáveis por leis e sistemas políticos corruptos. O filme não tem nada haver com a Irlanda, já que a Rota Irlandesa do título é uma estrada no Iraque. Os atores estão muito convincentes e Loach demonstra de uma maneira muito competente seu estilo de cinema contra-sistema. Alguns momentos o filme parece arrastado, com uma carga psicológica altíssima, mas o que realmente não gostei foi do desfecho simplista que o roteiro escolhe seguir para alguns personagens. Com um final um pouco mais elaborado o filme ficava perfeito.

domingo, 8 de setembro de 2019

CÓPIA FIEL

Título Original: Copie Conforme
Diretor: Abbas Kiarostami
Ano: 2010
País de Origem: França
Duração: 106min
Nota:  9

Sinopse: Essa é a história do encontro entre um homem e uma mulher, em um pequeno vilarejo ao sudoeste de Toscana. O homem, um escritor britânico que acabara de dar uma palestra em uma conferência. A mulher, francesa, dona de uma galeria de arte. Essa é uma história comum. Poderia acontecer com qualquer um. Em qualquer lugar.

Comentário: Filme que deu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes para Juliette Binoche, e que interpretação de tirar o fôlego. O filme é uma espécie de Antes do Por do Sol amadurecido, onde a carga filosófica brinca com a maneira que vemos o filme: o casal se conhece ou não se conhece? Depende do ponto de vista do telespectador. William Shimell, um cantor de ópera que estava inseguro em aceitar o papel, atua muito bem e seu personagem chegou a me dar ranço em alguns momentos, mas que faz sentido se vermos o filme sobre a ótica do telespectador que está enxergando o filme da outra forma. A direção do iraniano, Kiarostami, é maravilhosa e nos maravilha com pitadas da cultura persa com um poema. O filme se passa na Itália, mas é mais uma produção francesa do que italiana, por isso cadastrei como um filme francês no blog. Desses filmes que mostra que não precisa ser raso para ser gostoso de assistir.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

TEMPO DE EMBEBEDAR CAVALOS

Título Original: Zamani Barayé Masti Asbha
Diretor: Bahman Ghobadi
Ano: 2000
País de Origem: Irã
Duração: 75min
Nota:  10

Sinopse: Cinco crianças órfãs vivem em uma vila bem remota, na fronteira entre o Irã e o Iraque. Ayoub e sua irmã Ameneh trabalham em um bazar e cuidam de Madi, irmão caçula, que necessita com urgência de uma cirurgia.

Comentário: Pensa em um filme de quebrar o coração, agora multiplica por infinito. Primeiro filme do Ghobadi, que era assistente de Abbas Kiarostami, gigante-mor do cinema iraniano. O filme ganhou o Câmera de Ouro em Cannes e é de difícil digestão, pois ao mesmo tempo que é um murro bem dado na sua cara, fica a questão ética de como ele foi feito, pois é cru e cruel, temos cavalos sendo tratados como na realidade, também temos um deficiente físico sendo colocado em situações difíceis e sabemos que o cinema iraniano não é feito de maneira pomposa como nos Estados Unidos. Minha análise então vai ser do filme, imparcial, como um Capitão Picard respeitando a Primeira Diretriz. O filme é capaz de amolecer o coração mais duro, ver crianças em situações como esta e sabendo que é algo extremamente real e até comum nesse mundão aí fora é de acabar com qualquer um, os atores (que foram selecionadas entre pessoas comuns) dão um show de realidade, nos apegamos a todos os personagens e suas dores. O filme acabou e eu não acreditava no que eu tinha assistido. Um filme controverso, mas com certeza um dos mais importantes de toda a história do cinema.