sexta-feira, 30 de abril de 2021

REINO ANIMAL

Título Original:Animal Kingdom
Diretor: David Michôd
Ano: 2010
País de Origem: Austrália
Duração: 113min
Nota: 8

Sinopse: Animal Kingdom é um filme australiano que venceu o Festival de Sundance desse ano. Escrito e dirigido pelo estreante David Michôd, a trama, passada em Melbourne, segue um garoto de dezessete anos e seus conflitos enquanto pertencente a uma família de criminosos e a sua relação com um detetive que pensa que pode salvá-lo.

Comentário: Filme vencedor do Festival de Sundance e com uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante para Jacki Weaver, que interpreta a matriarca da família criminosa. O filme me surpreendeu muito positivamente em quase todos os aspectos, acho que ele pesa a mão demais saindo um pouco da realidade na reta final, mas não deixa de ter um excelente desfecho costurando muito bem tudo que nos foi apresentado até ali. A apatia do personagem principal e a atuação excelente de James Frecheville nos apresenta um garoto com traços quase autistas que nos deixa com mais agonia em determinados momentos. A cena dele no banheiro é uma catarse. Alguns personagens poderiam ser melhores aproveitados, mas o filme é muito bem orquestrado no geral. Há uma série baseada no filme, mas não tenho ideia de como seja.

domingo, 25 de abril de 2021

CORPO CELESTE

Título Original: Corpo Celeste
Diretor: Alice Rohrwacher
Ano: 2011
País de Origem: Itália
Duração: 99min
Nota: 7

Sinopse: Marta é uma adolescente de 13 anos que retorna ao sul da Itália depois de passar dez anos na Suíça. Com dificuldades para se adaptar à nova vida ela passa horas observando o que está a seu redor. Ao mesmo tempo, enquanto se prepara para sua crisma, questiona a moralidade da comunidade católica local. A partir de acontecimentos importantes para ela, como a primeira menstruação e a decisão de cortar o próprio cabelo, Marta começa a tomar controle da sua vida pela primeira vez desde que chegou à Itália.

Comentário: Indicado ao prêmio Câmera de Ouro no Festival de Cannes, era  o único filme que não havia assistido da diretora do excelente As Maravilhas e do Feliz Como Lázaro. Acho que a sinopse exagera quando diz que a personagem principal questiona a moralidade da comunidade católica local, quem faz isso é a própria diretora com o decorrer do filme, a personagem está apenas perdida em meio ao caos social e religioso que é sua vida, acho inclusive que faltou um pouco mais de ação na personagem que é bem apática, magistralmente interpretada pela atriz Yle Vianello, pois conseguimos ver que Marta é uma menina de 13 anos com vários problemas psicológicos de se expressar ou de confrontar o mundo exterior. Isso deu uma carga realista impressionante, mas ao mesmo tempo deixou o filme um pouco desinteressante de assistir, pois ela quase não fala e quase não toma atitudes em relação a nada. Um filme difícil, mas que mostra que a diretora é uma das mais importantes da nova safra do cinema italiano, provou isso já no segundo filme quando faturou o prêmio do juri em Cannes.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

FILHO TERNO: O PROJETO FRANKENSTEIN

Título Original: Szelíd teremtés - A Frankenstein-terv
Diretor: Kornél Mundruczó
Ano: 2010
País de Origem: Hungria
Duração: 105min
Nota: 7

Sinopse: Rudi, um adolescente de 17 anos que sai de um reformatório, após anos de prisão. Ele resolve ir até sua casa, em busca do conforto de sua mãe. Mas ela o rejeita. Acidentalmente, Rudi vai parar em um teste de elenco para um filme, que acontece no mesmo prédio aonde sua mãe mora. O diretor solicita apenas amadores para o teste de elenco, em busca de realismo e naturalismo nas interpretações. E Rudi é escolhido.

Comentário: Indicado ao Palma de Ouro no Festival de Cannes. O filme é inspirado pelo livro Frankenstein de Marry Shelley, o que leva as pessoas a chamarem o filme de pretensioso. Achei que o filme é bem fiel ao que propõe e as discussões que levanta a respeito da paternidade são bem relevantes. Agora, imaginem se não tivéssemos artistas pretensiosos no mundo, onde estaríamos agora? Desde o mictório de Marcel Duchamp ao surrealismo dos filmes do Lynch... Acho que as pessoas deveriam parar de tachar artista pretensioso como algo negativo. O filme é ótimo? Não, tem seus erros, mas acho que tem mais acertos, principalmente o paralelo que o livro de Shelley faz: Quem é o monstro? O criador ou criatura? Eu achei que valeu a assistida mais do que eu estava esperando.

sábado, 10 de abril de 2021

TRANSTORNO EXPLOSIVO

Título Original:Systemsprenger
Diretor:Nora Fingscheidt
Ano: 2019
País de Origem: Alemanha
Duração: 120min
Nota: 9

Sinopse: Benni, de nove anos, é pequena, mas perigosa. Ela já se tornou o que os serviços de proteção infantil chamam de "destruidora de sistemas" e não pensa em mudar. Benni tem um único objetivo: voltar para casa e ficar ao lado de sua mãe, mas Bianca tem medo da própria filha. A única esperança da menina, é Micha, um especialista em controle de raiva.

Comentário: Filme vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim e simplesmente arrebatadora. É o primeiro longa da diretora, que conduz tudo como uma verdadeira veterana, a atuação da pequena Helena Zengel é de tirar o fogo e com certeza o maior trunfo de todo o filme. A capacidade da história mudar em questão de minutos tira o espectador da zona de conforto o tempo todo e trás reflexões que culminam em um desfecho maravilhoso. Algumas cenas exageradas não atrapalham em nada a experiência e a química de Benni com todo o elenco de maneira individual é tocante. Qualquer história de crianças em rota de colisão auto destrutiva é assustadora, esta não é diferente, mas as questões sociais que ela levanta vale discussões em mesas de bares. Uma pena que não é o tipo de filme que a galera vê em peso, porque merecia.