terça-feira, 31 de agosto de 2021

VERÃO NA CIDADE

Título Original: Summer in the City
Diretor: Wim Wenders
Ano: 1971
País de Origem: Alemanha
Duração: 113min
Nota: 7

Sinopse: O filme de estreia raramente exibido de Wenders e seu projeto de final de curso para a Universidade de Televisão e Cinema de Munique, anuncia a promessa de um verdadeiro autor. Batizado com o nome de uma canção da banda Lovin 'Spoonful e dedicado a The Kinks, o filme de Wenders observa um forasteiro solitário, um ex-presidiário, despejado sem cerimônia em uma sociedade que parece responder com indiferença fria. Enquanto ele vagueia de Munique a Berlim, Wenders observa, “o caminho do herói é uma rota de fuga, impulsionado pela esperança de encontrar um caminho de volta para si mesmo por meio do mero movimento da viagem”.

Comentário: Talvez não tenha todo o brilhantismo do Wenders, mas é o seu primeiro trabalho e já mostra algumas genialidades principalmente na parte técnica. Há tomadas de câmera maravilhosas por todo o filme, a trilha sonora é absurdamente boa e a narrativa tem seus pontos altos. Achei que o filme se estende demais, poderia ter tido alguns desenvolvimentos melhores, mas no geral é um bom filme. Hanns Zischler consegue entrar bem no papel do ex-presidiário calado em constante fuga do seu passado ao mesmo tempo em que o revisita. É interessante por ser meio que um road-movie urbano. Só não entendi que espécie de sinuca era aquela que ele aparece jogando com o próprio diretor. Recomendo só para quem é fã do diretor e quer conhecer toda sua obra.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

MAIS UM ANO

Título Original: Another Year
Diretor: Mike Leigh
Ano: 2010
País de Origem: Inglaterra
Duração: 129min
Nota: 8

Sinopse: Primavera, Verão, Outono e Inverno. É assim que a vida pacata de um casal de meia idade passa calmamente ao sabor dos anos. São felizes e de bem com a vida, contrastando com a frustração de amigos e parentes que os cercam. Mike Leigh encanta de novo, pois retrata com maestria tanto os bem sucedidos, unidos, esperançosos, tanto quanto os fracassados, solitários, sem esperança alguma de felicidade. Mike Leigh faz filme para poucos, àqueles que gostam de se maravilhar com um pouco das banalidades e sutilezas da vida.

Comentário: Uau! indicado ao Palma de Ouro em Cannes, onde faturou o prêmio do juri ecumênico, é com certeza um dos melhores filmes daquele ano e vale muito a assistida. É um filme sobre a vida, sobre as banalidades, sobre as alegrias e tristezas que vem com ela. Personagens completos e outros completamente despedaçados. A vida não trata todo mundo de maneira igual, para alguns ela vem em um nível hard demais. Leslie Manville rouba a cena, mas por mais que seja uma personagem insuportável, há momentos em que dá vontade de abraçá-la e dizer que tudo vai ficar bem, mesmo que seja mentira. A piada interna, que talvez só quem tenha morado na Inglaterra tenha entendido, de que o casal cozinha sua própria comida (acho que isso não existe por aqui) e todo mundo faz questão de comentar. A comida na Inglaterra é horrível, e até hoje não conheci um inglês que cozinhe sua própria comida, é um povo que vive de delivery. Os personagens são profundos demais, mesmo quando não tem muito tempo em tela. Filme acima da média.

sábado, 14 de agosto de 2021

ELLE

Título Original: Elle
Diretor: Paul Verhoeven
Ano: 2016
País de Origem: França
Duração: 130min
Nota: 10

Sinopse: Michèle (Isabelle Huppert) é a executiva-chefe de uma empresa de videogames, a qual administra do mesmo jeito que administra sua vida amorosa e sentimental: com mão de ferro, organizando tudo de maneira precisa e ordenada. Sua rotina é quebrada quando ela é atacada por um desconhecido, dentro de sua própria casa. No entanto, ela decide não deixar que isso a abale. O problema é que o agressor misterioso ainda não desistiu dela.

Comentário: Filme indicado ao Palma de Ouro e ganhador do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Filme Estrangeiro. Fazia tempo que eu não ficava nervoso assim em um filme... PeloamordeDeus!!!! Já começa pesado e depois vai virando um mergulho profundo na sociopatia humana. Teve momentos que me remeteu ao Trama Fantasma, pela relação doentia que os personagens vão criando entre si. Isabelle Huppert é rainha, então nem preciso falar que ela está foda demais no papel. Verhoeven é realmente um diretor de altos e baixos, faz umas coisas maravilhosas e outras desgraças que é melhor esquecer, arrisco a dizer que esta película é sua Magnum opus. O clima de suspense é muito bem construído, ando tentando evitar filmes que me deixam comendo as unhas, mas este valeu cada segundo.