quinta-feira, 19 de maio de 2022

A MULHER QUE FUGIU

Título Original: Domangchin Yeoja
Diretor: Hong Sang-soo
Ano: 2020
País de Origem: Coréia do Sul
Duração: 77min
Nota:  8

Sinopse: Enquanto o marido está em viagem de negócios, Gam-hee conhece três mulheres nos arredores de Seul. Ela primeiro visita duas amigas íntimas em suas casas; a terceira, uma conhecida mais velha, ela encontra por acaso em um cinema independente.

Comentário: Vencedor, bem merecido, do prêmio de melhor diretor do Festival de Berlim. É um belo filme, que apesar de transmitir diferentes tipos de sentimentos e de que quando acaba você não tem certeza do que achou sobre ele, merece demais a assistida. Houve todo um "barraco" sobre a traição da atriz com o diretor deste filme que influenciou na realização do mesmo, mas não vou entrar nesse âmbito de fofoca, quem tiver curiosidade usa o Google aí. É um filme de diálogos, onde cada frase é uma navalha de sentimentos cortando alguma parte do nosso subconsciente. E é profundo. Será que o marido de Gam-hee está em viagem de negócios mesmo ou ela simplesmente fugiu dele? Há perguntas sem respostas por toda a película. É a vida... pura e simplesmente. Tudo é sutil e tudo é poesia. Uma cena bem forçada, que achei bem forçada é a carne queimando na frigideira depois de um tempão de conversa, já era para tudo estar esfumaçado muito tempo antes. Hong Sang-soo é meu diretor sul coreano preferido, este filme só fortaleceu sua posição. Só não dei uma nota maior porque sou chato.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

O TRAIDOR

Título Original: Il Traditore
Diretor: Marco Bellocchio
Ano: 2019
País de Origem: Itália
Duração: 151min
Nota: 9

Sinopse: No início dos anos 80, uma guerra generalizada eclode entre os chefes da Máfia Siciliana pelo controle do tráfico de heroína. Tommaso Buscetta, um integrante de alto escalão, foge para se esconder no Brasil. Na Itália, os acertos de contas acontecem enquanto Buscetta assiste de longe seus filhos e irmãos sendo assassinados em Palermo, sabendo que poderá ser o próximo. Preso pela polícia brasileira e extraditado para a Itália, Buscetta toma uma decisão que irá mudar os rumos da máfia italiana: ele decide se encontrar com o Juiz Giovanni Falcone e trair o voto eterno que fez à Cosa Nostra.

Comentário: Lembro de crescer (em meio a uma família italiana) ouvindo falar sobre Tommaso Buscetta em almoços de família, mas nunca soube exatamente a importância dele nos rumos da Itália. Hoje, para quem não sabe, a Cosa Nostra é praticamente extinta no país, salvo na região de Nápoles onde ainda desfruta de alguma influência, mas o mais importante é ver como a própria organização criminosa deu corda para se enforcar pela ganância ao abraçar o comércio de drogas. Qualquer pessoa que assistiu o Poderoso Chefão sabe que as drogas foi uma divisão de águas dentro dela, pois muitos mafiosos não aceitaram o estrago que ela vinha fazendo dentro da sociedade. O filme é longo, mas não achei nem um pouco cansativo, Favino leva nas costas com sua excelente atuação. Uma das melhores cenas para mim, que talvez muita gente vai ficar perdida por não falar italiano é a cena em que Salvatore Contorno começa a falar em dialeto siciliano durante o julgamento, não me aguentei de rir. As cenas no Brasil ficaram com um áudio ruim, provavelmente devido a mudança de equipamento. Maria Fernanda sempre linda. Um filme que vale a assistida.

domingo, 1 de maio de 2022

POSTAIS MORTÍFEROS

Título Original: The Postcard Killings
Diretor: Danis Tanovic
Ano: 2020
País de Origem: Inglaterra
Duração: 104min
Nota:  6

Sinopse: Um nova-iorquino tem sua vida conturbada quando descobre que sua filha recém-casada foi brutalmente assassinada. Ao esmiuçar o caso, crimes semelhantes são relatados por toda a Europa com cada morte acompanhada por um cartão postal enviado a um jornalista local. Quando ele segue a trilha das pistas, uma jovem repórter recebe o próximo cartão postal.
 
Comentário: É um filme do Tanovic, então obviamente se espera muito mais do que ele entrega tentando ser uma espécie de Seven europeu. O filme até certo ponto funciona bem. O Jeffrey Dean Morgan se esforça bem e para mim convenceu bem no papel. A produção inglesa passa por vários países da Europa e consegue surpreender em um interessante plot twist pela metade do filme, mas é isso. Se perde em vários pontos depois, cenas forçadas do cinema americano permeiam a película (um homem pode ser arremessado do carro e continuar segurando sua arma? É, acho que não). É triste ver Famke Janssen irreconhecível por cirurgias plásticas e devemos pensar no que as mulheres se submetem para tentar continuar dentro de padrões que são exigidos delas pela indústria. O final não funciona e talvez aí seja onde o filme pisa em ovos. Como um todo, não é um filme ruim, peca nos detalhes. O que eu mais gostei foram das cenas do personagem principal com o policial alemão, muito bem interpretado por Joachim Król.