sábado, 23 de novembro de 2019

ANIARA

Título Original: Aniara
Diretores: Pella Kågerman & Hugo Lilja
Ano: 2018
País de Origem: Suécia
Duração: 106min
Nota: 7

Sinopse: Aniara é a história de uma das muitas naves espaciais usadas para transportar a população da Terra para o seu novo planeta natal, Marte. Mas assim como Aniara deixa a Terra em ruínas, ela colide com detritos espaciais e é retirada de seu curso. Os passageiros de Aniara lentamente percebem que nunca poderão voltar; eles continuarão em frente através de um universo vazio e frio para sempre. O vencedor do prêmio Nobel da Suécia, Harry Martinsson, escreveu Aniara em 1956.

Comentário: O filme é muito bom, a produção não fica devendo em nada para um filme de Hollywood, as atuações são competentes e a quantidade de reflexões que nos trás é assustadoramente interessantes. Como fã de Star Trek, discordo de muita coisa colocada no filme como inexorável, pois acredito que a humanidade é altamente adaptável a situações, como também duvido de que o capitão conseguisse ficar no poder por mais de dois anos, ou seja, minhas criticas ao filme são meramente narrativas e de posições, única e exclusivamente, minhas. Acho que ele poderia ter aproveitado mais pontos, mas acabou caindo demais em uma fórmula mais digerível para um público de filme comercial, senti que podia ter ousado mais. Apesar de tudo é um belo filme. A atriz principal (Emelie Jonsson) é cativante e a coadjuvante (Bianca Cruzeiro) parece ter raízes no Brasil.

domingo, 10 de novembro de 2019

UM DOCE OLHAR

Título Original: Bal
Diretor: Semih Kaplanoglu
Ano: 2010
País de Origem: Turquia
Duração: 100min
Nota: 6

Sinopse: Um Doce Olhar mostra a jornada de Yusuf, um garoto turco que está aprendendo a ler e a escrever, e que nas horas vagas ajuda o seu pai, um simples apicultor que guarda as colméias nos galhos mais altos das maiores árvores de uma misteriosa floresta. Mas quando seu pai parte em busca de descobrir porque as abelhas estão sumindo, Yusuf se prepara para viver a sua maior aventura, tentando dar algum sentido à sua vida.

Comentário: Ganhador do Urso de Ouro em Berlim, o filme é tecnicamente impecável, mas não é um filme que flui bem. E por mais que seja cheio de significado, não é um filme fácil de ser assistido. Parado, silencioso, sufocante e contemplativo. Achei o filme um pouco arrastado, pois suas características lembram muito os filmes de Nuri Bilge Ceylan, outro diretor turco, mas nos filmes de Ceylan eu não tive o problema de sentir que o filme estava se arrastando, muito pelo contrário. A falta de entrosamento dos personagens, mesmo sendo parte da narrativa, atrapalha. Bal, o título do filme em turco, significa mel.

sábado, 9 de novembro de 2019

O JORNAL - PRIMEIRA TEMPORADA

Título Original: Novine
Diretor: Dalibor Matanic
Ano: 2016
País de Origem: Croácia
Duração: 590min
Nota: 9

Sinopse: Um magnata da construção assume o controle de um jornal em dificuldades e tenta exercer influência editorial para benefício próprio.

Comentário: Que série! Dirigida e idealizada por Dalibor Matanic, diretor do filme Sol a Pino. A série demora uns dois capítulos até nos familiarizarmos com os personagens, pois são vários. É engraçado como a série brinca com o nosso ódio por alguns personagens. Até metade da temporada torcemos para ver Kardum se foder, depois vemos que existem monstros piores, não que passemos a odiá-lo menos por isso. Mas o mais legal da série, é ver como o jornalismo morreu, como é algo vendido dentro do sistema político e social, onde empresários controlam informações e utilizam a mídia para manipulação do cenário a seu benefício próprio. Uma série que precisa ser assistida pelos brasileiros, que vivem atualmente o mesmo cenário desolador de manipulação de informação. A série terminará na terceira temporada que terminou suas filmagens este mês. Das coisas ótimas escondidas no Netflix.

sábado, 2 de novembro de 2019

OLEG

Título Original: Oleg
Diretor: Juris Kursietis
Ano: 2019
País de Origem: Letônia
Duração: 108min
Nota: 7

Sinopse: Natural da Letônia, Oleg tenta fazer uma carreira real dentro da sua profissão, trabalhando em uma fábrica de carnes em Bruxelas. Por ser de outro país, ele sofre mais dificuldades que o normal para se destacar, o que eventualmente ocasiona em sua demissão. Desolado e desesperado, Oleg acaba se tornando refém da máfia local.

Comentário: O filme consegue prender muito bem, o roteiro é muito bem escrito pelo ritmo que o filme leva, pois quase todo o momento é de tensão e causa um incomodo difícil de manter por quase toda uma película, mas tanto a direção como a história conseguem este feito. A Letônia é um país ortodoxo, portanto existe referências cristãs que não pude pegar muito bem, já que não sou cristão. Uma coisa que me incomodou é que em algumas partes o filme não é muito crível, pois como já vivi como imigrante na Europa, entre imigrantes (inclusive da Letônia e da Polônia, como o filme mostra), tem cenas que são difíceis de acreditar como reais. A atuação de todo elenco é muito bem orquestrada e conseguem proporcionar cenas maravilhosas.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

APENAS 6,5

Título Original: Metri Shesh Va Nim
Diretor: Saeed Roustayi
Ano: 2019
País de Origem: Irã
Duração: 132min
Nota: 10

Sinopse: Policial da força-tarefa antinarcóticos, Samad trabalha numa cidade repleta de viciados. Ele consegue prender Nasser, influente traficante das cercanias, então sentenciado à morte. Mas Samad descobre que o bandido foi, na verdade, forçado a envolver-se com a criminalidade por suas péssimas condições de vida.

Comentário: Este filme é tudo aquilo que o Coringa se propôs em fazer e falhou miseravelmente em fazê-lo. Temos todos os aspectos para fazermos um pré julgamento das condições de Nasser Khakzad, desde o fato de ser uma vítima das condições sociais, quando ao fato da soberba de gastos e destruição de vidas. O filme começa com a visão do policial, quando na metade ele deixa o protagonismo para o traficante, sem nunca cair para nenhum lado tendencioso. O filme me arrancou lágrimas. Ele é cru e direto, não faz rodeios sobre nada, cabe ao espectador juntar as partes que lhe sejam convincentes para formar uma opinião. As atuações e algumas tomadas são grandes espetáculos para todos os sentidos. Um filme que merecia muito mais holofotes, mas não é americano, né? O melhor filme que vi na Mostra de Cinema de São Paulo este ano.