quarta-feira, 16 de março de 2022

QUATRO ESTRADAS

Título Original: Quattro Strade
Diretor: Alice Rohrwacher
Ano: 2020
País de Origem: Itália
Duração: 8min
Nota:  8

Sinopse: O filme de Alice Rohrwacher produzido durante o confinamento foge da claustrofobia das chamadas de vídeo para buscar conexão através do zoom. Seus vizinhos são filmados em filme tátil de 16mm enquanto a diretora narra esta relíquia humanista que irradia bondade sob o sol italiano.

Comentário: Vejo este curta mais como um filme-poema do que um documentário, é gostoso de assistir, de leva para uns lugares da sua mente. Alice Rohrwacher é uma das maiores diretoras italianas de sua geração, na minha opinião, seus filmes, agradando ou não, mexe com a gente. Este não é diferente, apesar do tempo curtíssimo, ela consegue dizer o que quer, trazer discussão e poesia mais sobre a alma do ser humano do que sobre a pandemia em si. A imagem de crianças brincando no campo diz mais do que qualquer narração.

terça-feira, 15 de março de 2022

O PARAÍSO DEVE SER AQUI

Título Original: It Must Be Heaven
Diretor: Elia Suleiman
Ano: 2019
País de Origem: Palestina   
Duração: 102min
Nota:  9

Sinopse: Elia Suleiman deixa sua terra natal da Palestina e viaja pelo mundo apenas para encontrar, por onde ele passa, os mesmos problemas que encontrava lá. De Paris à Nova York, por onde suas viagens o levam, ele encontra problemas com a polícia, racismo, controle de imigração. Tentando deixar sua nacionalidade para trás, mas sempre sendo lembrado dela, ele questiona o significado de identidade e o lugar que se pode chamar de lar.

Comentário: Fui assistir não esperando muito, mas que surpresa boa! A atuação de Suleiman é perfeita, quase um Chaplin pós-moderno. As críticas sociais do mundo ocidental (mais especificamente França e EUA) caem como uma luva, cada momento me lembrava um tirinha da Laerte, pois são extremamente profundas, cada pessoa vai tirar uma coisa, sentir algo, interpretar de diferentes formas. Arte pura! Teve cenas que gargalhei alto, e fazia tempo que um filme não me tirava um sorriso sincero. A cena com o Gael García Bernal é uma das melhores criticas ao cinema pasteurizado Hollywoodiano. O filme tem um ritmo bem diferente, quem não está acostumado pode não gostar, mas eu achei bem acima da média, melhor inclusive que Bacurau, que ganhou o prêmio do Juri em Cannes naquele ano.

sábado, 12 de março de 2022

LICORICE PIZZA

Título Original: Licorice Pizza
Diretor: Paul Thomas Anderson
Ano: 2021
País de Origem: EUA
Duração: 133min
Nota:  10

Sinopse: Gary (Cooper Hoffman) e Alana (Alana Haim) se conhecem por acaso no Vale de San Fernando, em 1973. Apesar de ser dez anos mais novo, Gary não faz questão alguma de esconder seu interesse por Alana, que passa a sentir algo que não consegue compreender pelo rapaz. Ele, precoce, leva uma vida agitada como ator e empreendedor, mas sem deixar de lado as peripécias com os amigos. Ela, em constante conflito consigo mesma e todos que a rodeiam, ainda não encontrou qual rumo seguir. Gary e Alana, enquanto vagam pela ensolarada Califórnia em meio a inúmeros tumultos, serão forçados a confrontar a complexidade traiçoeira do primeiro amor.

Comentário: Os filmes do PT Anderson vão ter sempre um espaço aqui. Esta é uma obra mais "fácil" do diretor, acho que consegue atingir um maior número de pessoas, mas se engana quem acha que é menos densa que seus outros filmes. Podemos ver vários conflitos da batalha que é crescer, se aceitar, e tentar escolher caminhos que nem sempre nos levarão para algum lugar. Muito do filme deve ter algo biográfico do próprio Anderson, do que creseu naquela Los Angeles dos anos 70. O próprio filme me remeteu as aulas sobre a crise do petróleo e fez eu perceber como a instituição de ensino é uma entidade falida, como eu passei tanto tempo na escola e não serviu de praticamente nada, aprendi muito mais vivendo. O filme é sobre isso e muito mais, temos várias referências, como Sean Penn interpretando um William Holden com outro nome. Apesar de tudo isso não deixa de ser uma comédia romântica bobinha, como nos anos 80, que minha irmã tanto adorava. Quando o filme acabou eu me debulhei em lágrimas por motivos pessoais, por me remeter a tanta coisa da minha vida. Acho que é daqueles filmes ame ou odeie... eu amei.