quarta-feira, 14 de agosto de 2019

ERA UMA VEZ NA ANATÓLIA

Título Original: Bir Zamanlar Anadolu'da
Diretor: Nuri Bilge Ceylan
Ano: 2011
País de Origem: Turquia
Duração: 151min
Nota:  9

Sinopse: Nas planícies da Anatólia, na Turquia, um grupo composto de um policial, um médico legista e um advogado conduz dois prisioneiros em busca do local onde enterraram sua vítima. Já é tarde da noite e, em meio à escuridão, eles não conseguem mais encontrar o local exato onde foi colocado o cadáver. Entre as divagações e os deslocamentos, o advogado e o médico começam a se conhecer melhor, percebendo que eles têm pontos de vista muito diferentes sobre a vida.

Comentário: Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2011. Nuri Bilge Ceylan, para mim, é um dos maiores diretores da atualidade e o filme posterior a este, Sono de Inveno, é um dos melhores filmes dos últimos dez anos. Era uma Vez na Anatólia é uma bela surpresa, sua história simples e reflexiva demonstra todo o poder de uma excelente narrativa, sem necessidade de nada muito mirabolante. A fotografia é belíssima e os personagens são profundos, são praticamente duas horas onde a única coisa que acontece é a busca por um corpo na estrada entre vilarejos, mas onde várias outras sub-histórias começam a acontecer entre diálogos. Achei que o filme perde um pouco a força em sua meio hora final, quando ele sai do elemento construído até ali, mas nada que estrague sua narrativa. Não achei o filme cansativo e nem arrastado, muito pelo contrário, me senti preso a ele. Gostei muito do personagem do Comissário Naci, com seu jeito explosivo e se sentindo constrangido a todo momento. O embate entre a fé do promotor contra o ceticismo do médico rende a verdadeira grande história do filme. Um filme difícil de descrever, inovador e de uma sensibilidade ímpar.

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