domingo, 19 de julho de 2020

O ÚLTIMO POEMA DO RINOCERONTE

Título Original: Fasle Kargadan
Diretor: Bahman Ghobadi
Ano: 2012
País de Origem: Irã
Duração: 88min
Nota: 8

Sinopse: O poeta curdo-iraniano Sahel acaba de receber uma sentença de 30 anos de prisão no Irã. Agora a única coisa que vai mantê-lo com vontade de continuar vivendo é o pensamento de reencontrar sua esposa que pensa que ele está morto há mais de 20 anos.

Comentário: Apesar do filme ser feito no Iraque e Turquia, classifico-o como um filme iraniano, já que sua não realização no país foi devido as perseguições políticas de seus realizadores. Fazia seis anos que estava com este filme aqui para ver e chega a ser uma coincidência que tenha assistido depois de ver Incêndios, que tem vários pontos similares a trama, mas preferi este. O filme de Ghobadi é mais poético, não tem medo de mostrar sua crítica aos reais motivos à revolução iraniana de 1979 e também é mais pé no chão ao contar o que se propõe. O filme tem lá seus tropeços, mas consegue um bom resultado e possui uma fotografia belíssima. É interessante entendermos também a força do filme para a própria população iraniana ao ter Behrouz Vossoughi no papel principal, desde 1979 o ator nunca havia feito um filme iraniano, por recusa pelo exílio imposto, mas aceitou devido ao papel que diz muito sobre tudo isso, ele é muito querido pelo público no Irã. Também é fácil entender o porque a escolha de uma atriz não iraniana no papel que é de Monica Bellucci, já que poderia trazer graves consequências a uma atriz que não usaria o hijab e fizesse cenas de nudez e sexo. Vemos aqui também o homem com a pior lábia para conquistar uma mulher na história do cinema. As cenas com leitura de poesia me remeteram ao filme O Espelho de Tarkovski. Um filme que pode passar batido se a pessoa não tem muita afinidade com toda a merda que acontece no Irã nas últimas décadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário