Título Original: Se Rokh
Diretor: Jafar Panahi
Ano: 2018
País de Origem: Irã
Duração: 101min
Nota: 8
Sinopse: Uma famosa atriz iraniana recebe um vídeo perturbador de uma garota implorando por ajuda para escapar de sua família conservadora. Ela então pede a seu amigo, o diretor Jafar Panahi, para descobrir se o vídeo é real ou uma manipulação. Juntos, eles seguem o caminho para a aldeia da menina nas remotas montanhas do norte, onde as tradições ancestrais continuam a ditar a vida local.
Comentário: Filme vencedor de melhor roteiro em Cannes, foi lançado no festival, por isso não tem um pôster em farsi. O filme é uma brincadeira em metalinguagem, onde o diretor tenta fazer o telespectador acreditar que está vendo quase que um documentário, mas ao mesmo tempo é um documentário mesmo em que brinca que o telespectador está assistindo a um filme. O filme se passa em uma vila rural do Irã, onde a população tem um pensamento atrasado, que ao mesmo tempo reflete o próprio país que luta contra um República Islâmica que arrasta o Irã para o buraco em vários sentidos. As 3 Faces do título é o choque entre as três gerações de mulheres que aparecem no filme: Shahrzad, a antiga atriz que representa o Irã pré revolução de 79, que nos dias de hoje vive escondida, não mostra seu rosto na película, geração de liberdade que hoje é um passado que a República Islâmica quer que o povo esqueça. Jafari, representa aquela geração pós revolução de 79, a geração que acreditou na República Islâmica e que hoje percebe a cagada que fez, uma mulher da cidade grande que tem que viver com as condições impostas pelo governo. E por último temos Marziyeh, a nova geração, a geração que sonha com um futuro melhor em um país que impede que os sonhos se realizem, a geração que pensa diferente e é imposta em uma vida de regras ridículas que não funcionam mais. O filme abre as entranhas do país se o analisarmos com cuidado. Vale a experiência. Direção sempre competente de Panahi.
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