quarta-feira, 28 de agosto de 2024

FRONTEIRA

Título Original: Gräns
Diretor: Ali Abbasi
Ano: 2018
País de Origem: Suécia
Duração: 105min
Nota: 9

Sinopse: Quando uma guarda de fronteira que consegue farejar o medo para identificar os contrabandistas encontra a primeira pessoa que ela não pode provar a culpa, sua relação a força a confrontar revelações terríveis sobre si mesma e sobre a humanidade.
 
Comentário: Vencedor do prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Maquiagem. Escrevo essa resenha depois de um tempo que assisti, e é impressionante como o filme fica martelando na cabeça da gente mesmo depois de dias. Há algo de muito poderoso na narrativa sobre a espécie humana, mais do que sobre os trolls que ganham o protagonismo na película. Algumas pessoas se sentem chocadas com o lance que envolve crianças no filme, mas toda a lenda em torno das criaturas giram em muitas histórias sobre rapto de bebês, então me parece que a narrativa do filme, ao envolver todo o lance em torno de crianças, faz muito sentido para mim. De resto, o filme é um deleite, bizarro e interessantíssimo. Estava com o pé atrás, já que não gostei muito do filme mais recente do diretor (Santa Aranha), mas esse eu achei muito superior. Você começa a pensar sobre a natureza humana, genocídios, conto de fadas, lendas e a mente divaga em diversas direções. Um belo filme.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

OS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO

Título Original: Avaliha
Diretor: Abbas Kiarostami
Ano: 1984
País de Origem: Irã
Duração: 79min
Nota: 6

Sinopse: Uma câmera escondida segue um grupo de alunos da primeira série durante o dia na escola. Enquanto alguns alunos cantam no recreio, outros são chamados ao gabinete do superintendente – onde o supervisor lida com os retardatários e os desordeiros entrevistando os rapazes inocentes e oferecendo conselhos sábios.
 
Comentário: Um documentário que tenta mostrar a importância do convívio social que divide a fase da infância em que a criança está acostumada a conviver mais com a família para a fase em que terá que enfrentar o convívio com a sociedade. A figura do superintendente é o núcleo e o que faz o filme funcionar, mas algumas crianças em especial conseguem roubar a cena e nosso coração, o garotinho preocupado com o colega que vai perder a aula é o mais fofo de todos. Kiarostami dentro do universo que foi sua obsessão em começo de carreira, a infância, este filme é o último que realizou antes de sua grande obra sobre o assunto: Onde Fica a Casa do Meu Amigo?. Talvez se alongue demais e torne algumas tomadas cansativas, mas no geral é acima da média.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

ESCOLA DE MULHERES

Título Original: Hustruskolan
Diretor: Ingmar Bergman
Ano: 1983
País de Origem: Suécia
Duração: 108min
Nota: 8

Sinopse: A última produção de Alf Sjöberg para o Royal Dramatic Theatre de Estocolmo foi transferida para a TV por Ingmar Bergman. Escola de Mulheres é sobre o velho solteiro Arnolphe que decidiu se casar com a jovem Agnes, mas encontra um rival inesperado em Horace, que tem a mesma idade que ela.
 
Comentário: Primeiro trabalho de Bergman depois de anunciar a aposentadoria do cinema para se dedicar mais ao teatro e a escrever roteiros, aqui temos uma adaptação da peça de Molière filmada especialmente para a televisão sueca. Adoro um Bergman mais leve, seus filmes que caem mais para a comédia são tão brilhantes quanto os filmes mais sérios, e sempre um deleite enquanto assistimos. Achei super divertido, me prendeu na tela do começo ao fim. Allan Edwall é um ator incrível e domina todo momento que está em cena. O elenco de apoio também funciona muito bem, achei muito bom, e muito superestimado também. O assunto era atual nos anos oitenta como, infelizmente, continua atual mais de quarenta anos depois. Uma crítica ferrenha ao patriarcado e TODAS as suas raízes na sociedade.

sábado, 17 de agosto de 2024

CRÔNICAS DO IRÃ

Título Original: Ayeh Haye Zamini
Diretores: Ali Asgari & Alireza Khatami
Ano: 2023
País de Origem: Irã
Duração: 77min
Nota: 8

Sinopse: Pessoas comuns, de diferentes classes, enfrentam restrições culturais, religiosas e institucionais impostas por diversas autoridades sociais, como professores e burocratas. Essas vinhetas movimentadas, divertidas e comoventes capturam o espírito e a determinação da população iraniana diante das adversidades.
 
Comentário: Indicado ao prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Ali Asgari é o diretor do ótimo curta Mais Que Duas Horas e Alireza Khatami dirigiu no Chile o excelente Os Versos Esquecidos, então minhas expectativas eram altas. O filme é super simples, com várias situações que satirizam não só o governo, mas a própria sociedade iraniana em determinados momentos. Há algumas muito engraçadas, outras angustiantes. Há situações caricatas e outras extremamente realistas. Para dar um exemplo, minha esposa já passou por uma entrevista de emprego em Teerã parecida com a do filme, escancarando o machismo. Eu ri demais do cara querendo colocar o nome do filho de Davi e fiquei nervoso demais na entrevista de emprego do cara que finge se lavar. No geral é um filme muito bom, onde trás situações estereotipadas em alguns momentos que parece querer agradar o ocidente com uma visão deturpada do Irã (já que existe motos que funcionam como táxi na cidade e minha esposa vive pegando, então não entendi aquele lance da menina chegar de moto na escola ser um problema), ao mesmo tempo que trás situações iguais as que já passamos como a multa do carro por causa do hijab.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

O ÚLTIMO PUB

Título Original: The Old Oak
Diretor: Ken Loach
Ano: 2023
País de Origem: Inglaterra
Duração: 113min
Nota: 10

Sinopse: O dono de um pub luta para manter seu negócio vivo em uma cidade decadente. Quando refugiados sírios começam a ocupar as casas vazias da região, a tensão aumenta e a união dos habitantes locais é colocada à prova.
 
Comentário: Indicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes e vencedor do Prêmio da Audiência no Festival de Locarno. Eu fui assistir com um pé atrás, sempre adorei o Loach, mas seu último filme (Você Não Estava Aqui) eu tinha achado bem ruim. Me surpreendi muito positivamente, um dos melhores filmes do ano na minha opinião. Moro em uma pequena cidade na Inglaterra e a caracterização dos ingleses está perfeita (conheci pessoas maravilhosas e horríveis por aqui), o filme trás o que a humanidade tem de melhor e o que tem de pior. Mas é a figura do imigrante que é crucial para o debate, recentemente as coisas tem esquentado por aqui, com manifestações de grupos contra imigrantes, patético, pois sem o trabalho deles a Inglaterra literalmente para. O tom agridoce e a própria dinâmica da história é tocante, confesso que chorei. Mas nada do filme funcionaria como funciona sem o ator Dave Turner, é ele a alma do filme, o bombeiro que se aposentou em 2014 jamais havia atuado, conheceu Loach e acabou fazendo duas pontas em seus filmes anteriores antes de ganhar o papel principal aqui... perfeita interpretação, ouso dizer que é uma das melhores interpretações do ano também. O filme merece muito ser visto. Ótimo fechamento de carreira para o diretor que anunciou sua aposentadoria depois deste filme e que trás enormes reflexões sobre o futuro, esperança e a sociedade em que estamos construindo.

terça-feira, 13 de agosto de 2024

O POLICIAL

Título Original: Ha-shoter
Diretor: Nadav Lapid
Ano: 2011
País de Origem: Israel
Duração: 110min
Nota: 8

Sinopse: Yaron é um policial cuja identidade é definida por sua profissão e pela certeza de que seu código de honra é inabalável. Por trás dessa identidade está uma ideia de adoração corporal, chauvinista e perfeita. No entanto, tudo é questionado quando um grupo de "terroristas" israelenses sequestra empresários em um casamento.
 
Comentário: Indicado ao Leopardo de Ouro e vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno. Nadav Lapid é o meu mais novo queridinho depois do O Joelho de Ahed, aqui ele já mostra em seu longa metragem de estreia para o que veio. Um israelense anti sionista ao extremo, vejo o diretor hoje como uma das principais vozes contra o sistema fascista daquela ocupação nefasta que se chama Israel. Aqui é possível ver a construção e a desconstrução de toda a farsa ideológica por trás do que é o estado israelense, de forma muito sutil, é verdade, mas ainda assim está tudo aí. O que eu gosto do Lapid é exatamente isto, ele não dá nada mastigado para o telespectador, é preciso pensar, é preciso ligar pontos e se situar das coisas. Um filme muito bom, pena que os "terroristas" eram muito amadores.

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

O SABOR DA VIDA

Título Original: La Passion de Dodin Bouffant
Diretor: Anh Hung Tran
Ano: 2023
País de Origem: França
Duração: 135min
Nota: 9

Sinopse: 1885. A cozinheira Eugenie trabalha para o gourmet Dodin há 20 anos. Com o passar do tempo, a admiração mútua gerou um relacionamento amoroso. Eugenie, no entanto, nunca quis se casar com Dodin. Ele decide, então, cozinhar para ela.
 
Comentário: Indicado a Palma de Ouro e vencedor do prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes. Realmente a direção de Ahn Hung Tran é maravilhosa, as cenas na cozinha são deslumbrantes. Sou vegetariano e achei as críticas de uma galera sem cabimento nenhum por conta das carnes no filme. Cozinhar é uma das minhas paixões, achei este filme a maior carta de amor a isto. Binoche e Magimel são um mero detalhe, é tomo aquele tempero que dá o toque especial no prato, que faz a harmonização, que combina com o bom vinho. Um filme muito bom, que pode não trazer uma história que seja excepcional, mas que funciona como o assado que o personagem pensou em servir para o príncipe, assim como funciona o nosso feijão com arroz para quem é brasileiro. Indico fácil.

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

FANNY E ALEXANDER

Título Original: Fanny Och Alexander
Diretor: Ingmar Bergman
Ano: 1982
País de Origem: Suécia
Duração: 189min
Nota: 9

Sinopse: A trama se concentra em dois irmãos e sua grande família em Uppsala, Suécia, durante a primeira década do século XX. Após a morte do pai das crianças homônimas, sua mãe se casa novamente com um bispo proeminente que se torna abusivo em relação a Alexander.
 
Comentário: Vencedor do prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema no Festival de Veneza e de outros 4 Oscars. Seria o derradeiro filme de Bergman, que havia anunciado sua aposentadoria (plano que ele não cumpriu para a nossa sorte), e talvez por isso tenha colocado tanto dele mesmo. Bergman foi filho de um pastor luterano fervoroso e que o castigava, provavelmente vem daí todo choque entre a realidade e religião da obra do mestre. Bergman é Alexander e Fanny é Margareta, sua irmã. As cenas dos bonecos de marionetes, que Bergman ficou obcecado na infância também foi outro elemento que notei, o filme deve ser permeado de vários, inclusive coisas que não podemos identificar. Mas para mim é Gunn Wållgren, no papel da avó, que rouba as cenas em que aparece, de uma maestria ímpar, a cena em que ela acorda e conversa com o filho é linda demais. Bergman mostrando que mesmo depois de décadas não perdeu a relevância.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

UM EPISÓDIO DA VIDA DE UM CATADOR DE FERRO VELHO

Título Original: Epizoda u Zivotu Beraca Zeljeza
Diretor: Danis Tanovic
Ano: 2013
País de Origem: Bósnia e Herzegovina
Duração: 71min
Nota: 9

Sinopse: Um suspense cotidiano, centrado em uma família de origem cigana pobre, quando a esposa grávida sofre uma grave complicação de saúde e não possuem seguro saúde para realizar a cirurgia necessária.
 
Comentário: Indicado ao Urso de Ouro e vencedor dos prêmios de Melhor Ator e do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim. O filme é praticamente uma reconstituição de algo que a família que atua fazendo o próprio papel passou. Portanto tem um forte teor de documentário, mesmo tudo sendo encenado. A crueza de toda a situação choca, é triste ver a desigualdade do capitalismo na sua mais pura forma. Tenho passado por alguns problemas no atendimento médico da Inglaterra, o descaso da saúde pública daqui com os valores absurdos que pago de taxa semanalmente é para esfregar na cara de quem tem complexo de vira lata com o Brasil e que adora dizer que na Europa tudo é flores. Um filme necessário, o elenco dá tudo de si e a direção do Tanovic é sempre competente.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

A BELA QUE DORME

Título Original: Bella Addormentata
Diretor: Marco Bellocchio
Ano: 2012
País de Origem: Itália
Duração: 115min
Nota: 8

Sinopse: Um mosaico de várias histórias entrelaçadas questionando o sentido da vida, do amor e da esperança, ambientado durante os últimos seis dias na vida de Eluana Englaro, uma jovem mulher que passou 17 anos em estado vegetativo.

Comentário: Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza. Um filme fictício que gira em torno da história real de Eluana Englaro, que gerou comoção e embate na Itália em 2009. O filme é muito bom mais por conta da competência de Bellocchio, que sabe passar a mensagem que quer, mas há coisas que não funcionam tão bem. Toni Servillo e  Alba Rohrwacher são o ponto alto, já a diva suprema  Isabelle Huppert parece ser subaproveitada. No geral, gostei bastante, mas quando o filme termina ficou um sentimento de que poderia ser melhor, mas ainda assim gostei bastante do que vi... foi um sentimento inédito. Um filme sobre a solidão, a falta de conexão e a distância que a sociedade cria entre as pessoas.

domingo, 4 de agosto de 2024

O CONCIDADÃO

Título Original: Hamshahri
Diretor: Abbas Kiarostami
Ano: 1983
País de Origem: Irã
Duração: 51min
Nota: 3

Sinopse: Neste documentário, um policial tenta, numa rua de Teerão, controlar o trânsito e não permitir que as pessoas infrinjam a lei, o que as leva a reagir de diferentes formas gerando todo tipo de situações.

Comentário: Jamais imaginei que daria uma nota tão baixa para algo do Kiarostami, mas realmente não gostei deste. Pode ser interessante como recorte antropológico daquele tempo, mas a insistência na repetição de situações por tanto tempo é algo que torna a experiência de assisti-lo chata. Não há nenhum aprofundamento, uma entrevista com o policial ou com os cidadãos sobre o que acham do novo plano de trânsito na cidade, ou maiores impactos que isto está gerando nas pessoas. Para que quase uma hora disso? Podia ter uns 20 minutos e seria um filme regular, ninguém gosta de ficar preso no trânsito, assistir isso é tão ruim quanto. Galera em Teerã buzinam demais.

sábado, 3 de agosto de 2024

O QUE VEMOS QUANDO OLHAMOS PARA O CÉU?

Título Original: Ras vkhedavt, rodesac cas vukurebt?
Diretor: Aleksandre Koberidze
Ano: 2021
País de Origem: Geórgia
Duração: 151min
Nota: 4

Sinopse: Um encontro casual numa esquina faz com que Lisa e Giorgi se apaixonem à primeira vista, mas um feitiço maligno é lançado sobre eles. Será que eles se encontrarão novamente?

Comentário: Indicado ao Urso de Ouro e vencedor do prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema no Festival de Berlim. A ideia do filme foi ótima, a execução não funcionou tão bem para mim. O filme se estende demais, há cenas longas que não funcionam, a distância do telespectador para com os personagens não ajuda ao filme a se desenvolver. A situação que os personagens passam é surreal e o diretor não aproveita nem um momento para trabalhar o psicológico dos personagens, não há questionamentos, não há uma mãe tentando localizar um filho ou uma filha que simplesmente sumiu. O filme não sabe aproveitar a história que resolve contar. A sala de edição simplesmente não foi usada como deveria, dava para enxugar mais de meia hora de filme fácil. Não funcionou comigo. Quando estive em Tiblisi notei que era cheia de cães na rua, não vi nenhum gato, talvez seja uma característica de todo o país, logo a história dos cachorros é o que mais cativa em toda a película.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

GABBEH

Título Original: Gabbeh
Diretor: Mohsen Makhmalbaf
Ano: 1996
País de Origem: Irã
Duração: 72min
Nota: 9

Sinopse: Quando um casal de idosos lava o gabbeh, um tipo de tapete persa, uma jovem aparece magicamente e conta a história de sua vida.

Comentário: Indicado ao prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes. Tenho esse filme desde 2008 e nunca tinha assistido, mais de uma década depois resolvi assistir voltando de Teerã. Adorei a narrativa, os diálogos entre o casal de idosos e a Gabbeh, mesmo a história principal sendo um pouco simplista demais, são esses elementos que dão o tom que o filme precisa, fazendo ele ser tão bem visto até hoje. É a maneira de se contar a história e aproveitando os recursos lúdicos e fantásticos que somos conquistados pelo que está na tela. Um filme curtíssimo que nos mantém grudados na tela e serve para dialogar sobre tantas coisas: amor, envelhecimento, cultura, juventude... há uma infinidade de coisas. Muito gostoso de assistir.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

AS ACÁCIAS

Título Original: Las Acacias
Diretor: Pablo Giorgelli
Ano: 2011
País de Origem: Argentina
Duração: 82min
Nota: 8

Sinopse: A pedido de seu chefe, um caminhoneiro aceita levar com ele uma mulher e um bebê de Assunção, Paraguai até Buenos Aires, Argentina, mas tenta ignorá-los durante a viagem.

Comentário: Vencedor da Câmera de Ouro no Festival de Cannes e de outros dois prêmios em premiações paralelas. O filme é muito bom, e isso se deve muito ao elenco, todos estão ótimos, inclusive a bebezinha, que é a coisa mais simpática do mundo. Eu gosto de histórias assim, que se constrói no silêncio, nos detalhes, nas entrelinhas e gestos. Há uma infinidade de histórias não contadas com os personagens e nos simpatizamos com eles por serem tão parecidos conosco, pessoas comuns em situações comuns. O diretor sabe aproveitar de maneira muito competente o que tem em mãos e sabe o que está fazendo. Um filme que não precisa se estender, curto e direto, às vezes eu acho que falta esse poder de síntese no cinema hoje em dia. Vale a pena, mas tem que curtir este estilo, senão vai achar que é um filme monótono.