quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI

Título Original: Sorry We Missed You
Diretor: Ken Loach
Ano: 2019
País de Origem: Inglaterra
Duração: 101min
Nota: 4

Sinopse: Após a crise financeira de 2008, Ricky e sua família se encontram em situação financeira precária. Ele decide adquirir uma pequena van, na intenção de trabalhar com entregas, enquanto sua esposa luta para manter a profissão de cuidadora. No entanto, o trabalho informal não traz a recompensa prometida, e aos poucos os membros da família passam a ser jogados uns contra os outros.
 
Comentário: Indicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes, é o filme com a nota mais baixa até agora aqui no blog e talvez o texto fique comprido para eu explicar porque. Primeiramente, eu adoro o Ken Loach, mas este entrou para o único filme que assisti dele que não gostei. A nota não é mais baixa pela parte técnica e pelo elenco que se entrega muito bem a proposta, também é válida a discussão que abre contra o neoliberalismo que vem destruindo a forma de trabalho de um modo geral. Se o filme fosse nos Estados Unidos até dava para acreditar em alguma coisa, mas eu moro na Inglaterra, tenho uma merda de emprego de 60 horas semanais em uma empresa multibilionária que eu não vou falar o nome. São tantas coisas no filme que são exageradas, que são forçadas em um dramalhão completamente inexistente que não sei nem por onde começar. No filme vemos uma empresa de entrega cheio de britânicos trabalhando, a equipe que eu trabalho (não é na entrega, mas na expedição de pedido) não tem praticamente nenhum britânico (romenos, lituanos, brasileiros e paquistaneses são uma grande maioria, seguidos de africanos e poloneses), até no quadro de gerentes os nativos são minoria. Dependendo do estado que o funcionário vai trabalhar a empresa seria fechada na hora, sem importar se é a pica das galáxias, as leis trabalhistas são duras aqui. Eu tenho o trabalho que ganha menos e consigo pagar minha dívida no banco no Brasil, todas as contas aqui (aluguel, energia, água, internet, impostos, alimentação e mais um livro que compro por semana) e todas as contas da minha esposa que está em Teerã. Isso tudo com só eu trabalhando, fico imaginando um casal, isso sem contar toda a ajuda que o governo dá para as crianças. Com a minha experiência por aqui não teve como levar o filme a sério, como uma obra realista como muita gente disse em comentários, não passa de um novelão mexicano tipo Maria do Bairro.

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