Título Original: Testről és Lélekről
Diretora: Ildikó Enyedi
Ano: 2017
País de Origem: Hungria
Duração: 116min
Nota: 10
Sinopse: Mária trabalha há pouco tempo em um abatedouro, onde é responsável pelo controle de qualidade. No almoço na cantina, a jovem sempre escolhe uma mesa isolada onde fica em silêncio. Ela leva seu trabalho a sério e segue estritamente as regras. Seu chefe, Endre, é um pouco mais velho que ela e também é do tipo silencioso. Aos poucos, eles começam a se conhecer, reconhecer seu parentesco espiritual, e ficam impressionados ao descobrir que têm os mesmos sonhos durante a noite.
Comentário: O que dizer deste filme? Não é pra qualquer um, mas entrou na lista dos meus preferidos e com certeza foi o melhor filme que assisti nos últimos anos. A interpretação de Alexandra Borbély é simplesmente digna de qualquer premiação e vencedora do European Film Awards como melhor atriz. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, fui assistir sem saber que o cenário era um matadouro, justo neste momento que estou virando vegetariano e não como carne há mais de dois meses, pareceu coisa de destino ver as cenas viscerais para firmar minha posição de parar de vez de me alimentar de animais. O filme choca exatamente por isto, tem cenas belíssimas, como no mundo dos sonhos dos personagens, cenas frias e de extrema solidão quando retrata a vida dos personagens e cruas e chocantes quando retrata ações e o matadouro... assim como a vida real. O filme é cheio de metáforas, são personagens completamente quebrados por traumas do mundo exterior como diz a música de Laura Marling que serve como tema no filme, a gente fica pensando como tem gente sofrendo por aí e como a gente não faz a mínima ideia do que essas pessoas passam. A personagem principal é uma gracinha, dá vontade de pegar na mão e tentar dizer que vai ficar tudo bem, mesmo não sendo verdade, ela tem que descobrir um novo mundo que talvez sua psique não esteja preparada para enfrentar, não que ela tenha muita escolha. O personagem masculino interpretado por Géza Morcsányi é mais masculinizado, que apesar de ter seu lado quebrado também, parece estar mais preocupado em fazer sexo do que entender realmente quem é a mulher por quem está se apaixonando. É a vida em um filme, vida de pessoas quebradas e perdidas, que me fez chorar, me chocar, me apaixonar como poucos filmes conseguem fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário