sábado, 24 de maio de 2025

CINCO DEDICADO À OZU

Título Original: Five Dedicated to Ozu
Diretor: Abbas Kiarostami
Ano: 2003
País de Origem: Espanha
Duração: 74min
Nota: 6

Sinopse: Encontrando-se em uma casa no norte do Irã, à beira do Mar Cáspio, o diretor pegou sua câmera portátil e começou a filmar os eventos aparentemente anódinos que aconteciam nos 500 metros de praia em frente à sua casa: um pedaço de madeira brincando com as ondas, pessoas caminhando à beira-mar, formas indistintas em uma praia invernal ou patos barulhentos.
 
Comentário: Adoro Kiarostami e também adoro Ozu, bem... dito isso posso dizer que achei bem chato de assistir. Entendo que a proposta do diretor é esta, mas não deixa de ser chato. A sinopse diz que as filmagens foram feitas no norte do Irã, porém no IMDB a localização é colocada como a praia de San Lorenzo na Espanha. Dois livros de 2007 atestam que as filmagens foram feitas no Irã, exceto a segunda, feita realmente na Espanha. Tem que ter paciência para assistir, confesso que era madrugada e quase caí no sono. Se você não for obcecado pela obra do diretor, como eu, não indico este filme não. Preciso assistir o Making-Off do filme ainda, talvez ressignifique algo com o diretor falando.

sábado, 17 de maio de 2025

À SOMBRA DO CIPRESTE

Título Original: In the Shadow of the Cypress
Diretores: Hossein Molayemi & Shirin Sohani
Ano: 2023
País de Origem: Irã
Duração: 20min
Nota: 10

Sinopse: Vivendo em uma casa à beira-mar com sua filha, um ex-capitão com transtorno de estresse pós-traumático leva uma vida difícil e isolada.
 
Comentário: Indicado para Melhor Curta Metragem no Festival de Veneza e Vencedor do Oscar de Melhor Curta de Animação. Que coisa mais maravilhosa de assistir, o desenho é lindo demais e a narrativa é maravilhosa. Todo mundo que já passou por alguma situação traumática sabe o quanto é difícil deixar isso para trás e este filme mergulha fundo nisso. Sem diálogos, sem precisar falar uma palavra, ele consegue fazer em vinte minutos o que muito filme não consegue em duas horas. Me emocionei bastante e acho que tenho tentado deixar muitas dores para trás nos últimos anos, e é difícil, portanto um curta desse além de ajudar se torna necessário no mundo de hoje.

terça-feira, 13 de maio de 2025

MIGALHAS

Título Original: Crumbs
Diretor: Miguel Llansó
Ano: 2015
País de Origem: Etiópia
Duração: 71min
Nota: 9

Sinopse: Nosso pequeno herói vestido de super-homem embarca em uma jornada épica e surreal que o levará através da paisagem etíope pós-apocalíptica em busca de uma maneira de embarcar na nave espacial flutuante que, há anos, se tornou um marco nos céus.
 
Comentário: Que belíssima ficção científica da Etiópia, há detalhes como a apresentação dos produtos que ficaram perfeitas na narrativa. O tom surreal, a crítica anticapitalista, os simbolismos culturais e sociais. Um filme riquíssimo que merecia ser muito mais conhecido, pelo menos nos meios undergrounds. É tão difícil, as vezes, achar filmes africanos legendados, tenho buscado ampliar meu conhecimento cinematográfico do continente e é sempre uma boa surpresa. Os atores estão ótimos, os diálogos e (principalmente) os silêncios estão meticulosamente bem colocados. A história e o apagamento desta em uma fábula maravilhosa. Se tiverem a oportunidade: ASSISTAM!

segunda-feira, 12 de maio de 2025

AS AVENTURAS DE UMA FRANCESA NA CORÉIA

Título Original: Yeohaengjaui Pilyo
Diretor: Hong Sang-soo
Ano: 2024
País de Origem: Coréia do Sul
Duração: 90min
Nota: 7

Sinopse: Uma francesa que costumava tocar flauta em um parque supera suas dificuldades financeiras ensinando francês a duas mulheres na Coreia do Sul. Ela encontra conforto deitando em pedras e recorre ao makgeolli para se sentir bem.
 
Comentário: Indicado ao Urso de Ouro e vencedor do Grande Prêmio do Juri no Festival de Berlim. Os filmes do Sang-soo, como já devo ter comentado por aqui, sempre me agradam, mas alguns mais e outros menos. Este um pouco menos, e assim acabei percebendo que os que me agradam mais são os que tem menos repercussões em festivais durante o ano (já que ele sempre acaba fazendo uns dois filmes por ano). Achei a personagem da Huppert meio boba, sem nada realmente interessante para dizer. Por outro lado o seu par romântico juvenil é muito mais interessante, acho que o filme teria mais a dizer se tivesse focado nele com a mãe. De resto, vale pela parte técnica, as mão sempre competentes do diretor conseguem tirar imagens e detalhes de algumas cenas que são de tirar o fôlego.

domingo, 11 de maio de 2025

A MÃO

Título Original: The Hand
Diretor: Oliver Stone
Ano: 1981
País de Origem: EUA
Duração: 104min
Nota: 9

Sinopse: Famoso autor de histórias em quadrinhos tem a mão decepada em acidente de carro. A mão parece ganha r vida própria e começa a cometer atrocidades contra os desafetos dele, que não consegue detê-la.
 
Comentário: Eu sempre adorei este filme, perdi as contas de quantas vezes assisti, e toda vez que assisto há elementos diferentes que eu capto. Oliver Stone já demonstrava um enorme talento no começo de carreira, mesmo fazendo um filme B, que mesmo parecendo superficial é muito mais profundo do que aparenta. Michael Caine está ótimo, me espanta ele ter topado fazer isso, mas só prova que ele dá o melhor de si independente do projeto. Minhas impressões sempre mudam e entram em conflito a cada assistida: A mão existe ou não existe? Os desenhos do filme são feitos por ninguém menos que Barry Windsor-Smith, conhecido pelo seu trabalho com Conan por anos e pela história mais clássica de Wolverine.

sábado, 10 de maio de 2025

MUSA

Título Original: Muse
Diretor: Paweł Pawlikowski
Ano: 2025
País de Origem: Polônia
Duração: 6min
Nota: 8

Sinopse: Uma luta pelo poder entre um pianista e sua musa desobediente se transforma em um assassinato.
 
Comentário: Adoro o trabalho dPawlikowski, seus filmes sempre conseguem me tocar de uma maneira ou de outra e aqui não foi diferente. O curta não tem uma história, pelo menos não no sentido narrativo comum, mas as imagens são lindas e cheias de sentimento e música. O ator Marcin Masecki parece um pianista mesmo e a atriz Malgorzata Bela, que é casada com o diretor, rouba a cena com sua presença acachapante. Me trouxe uns bons sentimentos assistir isso, meio Lynch ou meio Carax, me fez bem à alma. Pena que é curtinho, não que desse um longa, mas se fosse uns 15 minutos, pelo menos, eu ia adorar.